No ano passado, 509 moradores da cidade procuraram hospitais para receber atendimento após acidentes com o animal

A capital federal está em alerta máximo por causa da alta incidência do escorpião. Nesta época chuvosa, o aracnídeo costuma deixar a parte subterrânea das cidades, que fica úmida e inundada, e procura abrigo em áreas urbanas. No ano passado, 509 moradores da cidade procuraram hospitais para receber atendimento após acidentes com o animal. A Secretaria de Saúde notificou 970 chamados para a captura do bicho. Asa Norte, Cruzeiro, Guará e Planaltina são as regiões administrativas que mais registraram ocorrências. Os dados de janeiro de 2016 ainda são contabilizados.
 
A Câmara dos Deputados registrou, no mês passado, um acidente com escorpiões. Uma servidora do Anexo 4 foi levada ao hospital após ser picada pelo aracnídeo. Na TV Câmara e no serviço médico da Casa, funcionários dizem ter encontrado vários exemplares. A Seção de Prevenção e Combate contra Incêndio do Departamento de Polícia Legislativa (Depol) divulgou um comunicado interno que alerta para os riscos. “Em caso de ocorrências envolvendo esse tipo de animal, acionar imediatamente o serviço de emergência”, diz o texto, e disponibiliza um ramal para contato.
 
Risco em casa
O recolhimento do animal é feito por equipes da Diretoria de Vigilância Ambiental, responsável também pelo combate a ratos e ao mosquito Aedes aegypti — a gerência sofreu corte de 57,1% no orçamento, em dois anos. No Distrito Federal, o tipo mais encontrado é o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus), segundo levantamento da Secretaria de Saúde. Em áreas rurais, podem ser vistos o preto (Bothriurus araguayae) e o de patas rajadas (Tityus fasciolatus) — o mesmo encontrado na casa da cabeleireira Nelsina Alves da Silva, 51 anos. A moradora do Polo de Modas do Guará fez os cálculos. É um escorpião por mês em casa. “Eu achei um na cozinha, no sábado passado. Fico desesperada com a situação. E o pior é que não sei nem o que fazer, pois não sei de onde ele veio”, conta.Nelsina mora no subsolo de um prédio, mas garante que não há entulho em volta. “Deixo sempre tudo limpo e organizado. A cada dia que passa, tento acumular menos coisas”, afirmou. No entanto, segundo Tânia Danusia Gonçalves, 34, o problema não está no subsolo. Ela também mora no Polo de Modas, mas no segundo andar de um prédio. “Comigo é o mesmo problema. Já pegamos três escorpiões. Fico muito preocupada, porque tenho filhos em casa. É um perigo”, lamenta a depiladora.

Para saber mais
O mais venenoso
O escorpião-amarelo (Tityus serrulatus), que pertence à classe dos aracnídeos, é uma das 140 espécies encontradas no Brasil. Ele é considerado o mais venenoso da América do Sul e o de maior incidência no país. Seu veneno é neurotóxico, ou seja, age no sistema nervoso periférico. Pode ser letal, dependendo da quantidade de veneno injetada e das condições físicas da vítima, principalmente crianças e idosos. 

Serviço
Em caso de ataque, ligue para 

0800 6446 774 — Centro de Informação Toxicológica (orientação de primeiros-socorros em casos de acidentes)
3341-1900 — Dival (para solicitar inspeção de animais peçonhentos, como o escorpião)
fonte correio braziliense