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Elas são mães, esposas, amigas e no trabalho também podem usar farda e agir com bravura. Nesta terça-feira (8), Dia das Mulheres, o G1 conversou com policiais, bombeiros militares femininas e a delegada de mulheres da Polícia Civil. Elas contam sobre superação e preconceito na profissão.
A delegada de mulheres Ângela Fellet, de 36 anos, atua na Polícia Civil há dez. Responsável há mais de um ano pela Delegacia de Mulheres, ela contou que mudou seu comportamento para lidar com casos fortes e também com o preconceito.
"Eu mudei muito depois que entrei para a Polícia Civil. Hoje sou uma mulher muito mais forte para lidar com tudo que encontro no dia a dia. Antes de ser delegada, eu também sou mulher, ser humana e, mesmo sendo forte, muitas vezes me emociono e acabo levando isso para dentro de casa", comentou.
Hoje sou uma mulher muito mais forte para lidar com tudo que encontro no dia a dia. Antes de ser delegada, eu também sou mulher"
Angela Fellet, delegada
Mãe de duas meninas de dois e sete anos, Ângela disse que a concorrência na Polícia Civil para as mulheres é muito maior e que, após aprendizado, consegue lidar com os subordinados homens.
"Quando entrei na polícia, foi difícil. Existia um preconceito e falavam: 'é menina, é patricinha'. A concorrência era enorme. Mas fui chegando devagar, tentei conquistar amigos e fui firme quando necessário. Temos uma hierarquia e ela precisa ser respeitada e isso que passava para meus subordinados", contou.
Mudança
Há 12 anos na Polícia Militar (PM), a tenente Evelyn Silene de Souza Pereira, de 32 anos, lembra que as policiais mulheres enfrentaram muitos desafios na carreira. "Antes as mulheres eram vistas como um 'calo no sapato' da Polícia Militar. As mulheres eram vistas apenas para trabalhar no administrativo. Hoje esse cenário mudou e em Juiz de Fora temos mulheres trabalhando em todos os setores da corporação", destacou.
Tenente Evelyn Silene Pereira de Souza da Polícia Militar em Juiz de Fora (Foto: Polícia Militar/Divulgação)
Tenente Evelyn Silene conta que há mulheres em
todos os setores da PM (Foto: PM/Divulgação)
A militar conta que, desde a adolescência, cultivava o desejo de atuar em uma profissão em que fosse útil para a sociedade. Ela encontrou na PM a realização desse desejo. Para Evelyn, as mulheres têm muito a oferecer na polícia.
"A gente sabe das nossas diferenças, mas sabemos também que temos outras características que suprem o uso dessas forças. Temos resultados satisfatórios sem o uso da força", pontuou.
Orgulho
Em Juiz de Fora, 21 bombeiros militares femininas atuam na cidade. Dessas, três fazem parte da área da saúde e as demais contribuem na parte operacional e administrativa. A terceiro sargento Isabel de Fátima Verdugo Weitzel, de 33 anos, decidiu pela carreira por influência familiar.
"Quando saio na rua para atender uma ocorrência, sinto que o preconceito foi superado. A população muitas vezes admira a bombeiro feminina. Percebo uma expressão de surpresa, pois realmente somos minoria, porém sempre nos tratam com muito respeito. Sinto muito orgulho em ser bombeiro e, mesmo com as dificuldades, não me vejo atuando em outra profissão", finalizou.