Conheça LK, o robô campeãoO protótipo de peças encaixáveis nasceu para simular o trabalho de um bombeiro e resgatar vítimas e garantiu a vitória em olimpíada a estudantes do Recife



LK tem apenas um mês e meio de vida, mas já é famoso. Foto: Nando Chiappetta/ DP/ DA Press
LK tem apenas um mês e meio de vida, mas já é famoso. 
LK tem um mês e meio de vida. O protótipo de peças encaixáveis nasceu para simular o trabalho de um bombeiro e resgatar vítimas. Mesmo tão jovem, o robô já ultrapassou as metas. Resgatou a disciplina de alunos do ensino fundamental da rede municipal de ensino do Recife, o interesse nas aulas e até sonhos antigos. LK é o robô campeão da Olimpíada Brasileira de Robótica, realizada em Minas Gerais, e o passaporte direto de três estudantes pernambucanos para a Alemanha.

Criação de Maryllia Félix, Emerson Almeida e Gabriel Loureiro, todos de 14 anos e alunos do 9º ano da Escola Rodolfo Aureliano, na Várzea, LK disputou com outras 39 engenhocas a primeira posição no campeonato nacional. A tarefa dos robôs era percorrer um circuito com obstáculos até chegar à área onde estavam as vítimas (bolas eletrizadas) e levá-las a um determinado espaço.

Algumas equipes ficaram pelas lombadas e garrafas colocadas no caminho. Outras até acessaram a área de resgate, mas arrastaram no máximo uma bola até o local seguro. LK retirou cinco vítimas do “incêndio”, dentro do tempo de oito minutos estabelecido pela comissão organizadora, sagrando-se campeão. O sucesso do protótipo é resultado de horas de trabalho e testes incansáveis dos alunos, com supervisão do professor Cid Espíndola.

LK nasceu de uma caixa de 541 peças de Lego. Emerson ficou responsável por montar o equipamento. Gabriel por programar LK para executar as ações. Maryllia teve a missão de pesquisar entre conceitos abstratos da matemática e física e as aplicações práticas das matérias as soluções para que LK conseguisse superar os adversários.

A montagem envolveu estudos sobre velocidade, atrito, sensores, aceleração, potência e muita criatividade. “Estava assistindo ao filme Corações de Ferro e percebi que poderíamos usar no robô o princípio da esteira de tanques de guerra. Outra vez, estava na praia e vi garis usando as vassouras para retirar o lixo da areia. Disso surgiu a garra do LK para pegar as bolas”, lembra Maryllia.

As ideias dos alunos renderam três ou quatro soluções possíveis para cada adversidade imposta na competição. “Esse com certeza foi o nosso diferencial. Até as possíveis pegadinhas estudamos. Além da concentração, disciplina e do companheirismo”, ressalta Cid Espíndola.

O grupo está classificado para a Robocup, etapa internacional da competição, na Alemanha, em junho de 2016. Depois de um dia de descanso, os alunos retomam hoje os estudos e testes para preparação. Essa será a primeira viagem internacional de todos. “Não acreditava que meu interesse por computadores me levaria tão longe”, reflete Gabriel. A ida ao velho continente só não está garantida para LK, que sofrerá modificações e poderá inclusive mudar de nome. A tarefa dele, ressaltam todos, já foi cumprida.

fonte: diário de pernambuco