Infratores poderão ter equipamentos apreendidos, de acordo com decreto.
Documento foi publicado nesta quinta-feira (3) no Diário Oficial.

Um decreto publicado nesta quinta-feira (3) proíbe a prática de kitesurfe e kiteboarding nas praias do Rio. A exceção é um trecho na Avenida do Pepê, entre as Avenidas Adilson Serôa da Motta e Belisário Leite de Andrade Neto — um pouco menor que o quarteirão inteiro. A Prefeitura do Rio informou que um decreto de 2001 já restringia a prática em outras praias e que o novo texto apenas expandiu, em alguns metros, a área onde a prática é permitida.
Quem descumprir a medida pode ter os equipamentos apreendidos. Em caso de resistência, a Guarda Municipal poderá pedir auxílio policial para que a medida seja obedecida.
"Tem gente que começa a surfar na Barra e vai até o Leme", diz.Praticante do esporte há quase 8 anos, o analista de sistemas aposentado Oswaldo Cunha diz que a medida é "absurda". Ele diz que somente naquele espaço é comum que mais de 100 pessoas se aglomerem e, por isso, não haveria espaço para novos atletas. Além disso um dos maiores prazeres do esporte é, de acordo com o aposentado, percorrer quase toda a orla da cidade.
Oswaldo reconhece que o esporte, "como todos os outros", está sujeito a acidentes e que a corda do equipamento de novatos pode ser perigosa para os banhistas. Mas, para ele, a restrição poderia ser em apenas uma praia, por exemplo. Oswaldo reclama ainda que os praticantes não foram procurados para um debate e questiona: Como a medida será cumprida?
"Os bombeiros vão deixar de salvar vidas para isso [reprimir a prática]? Não tem nem efetivo. O jet ski ninguém proíbe. Polui, faz barulho, tem uma velocidade excessiva", pondera.
O decreto de Paes prevê ainda que a área de permissão deverá ter boias e sinalizadores. O kitesurfe ficaria restrito a uma distância de 100 metros além da arrebentação, o que impede os praticantes de pegarem onda. "Se o vento enfraquece você não consegue voltar para a areia no lugar onde entrou na água. Não tem solução, se o tempo muda. Vão fazer o que? Prender a pessoa por isso?", diz Cunha.
Proibições nas areias
A repressão à prática de esportes como o "altinho", em outubro de 2012, já causou confusão entre guardas municipais e banhistas. Após os guardas reprimirem a prática, houve confusão e acusações de agressões sofridas pelos banhistas, que revidaram arremessando cocos.
fonte G1