Acidentes de Trânsito provocam inúmeras mortes, sequelas temporárias e permanentes.O atendimento realizado pelo Corpo de Bombeiros, com guarnições treinadas, funções específicas,materiais e equipamentos adequados, é de vital importância para a diminuição destes tristes números.
O Salvamento em Ocorrências de Acidente de Trânsito com Vítima Presa nas ferragens é muito complexo, exigindo muita técnica da guarnição que deverá trabalhar em equipe, precisando de controle emocional, para atender pessoas com os mais diversos traumas e abaladas emocionalmente, diante de riscos diversos no local do acidente e quando o fator tempo é primordial. Esta situação de alto Stress não pode negligenciar os riscos existentes que exigem cuidados a serem tomados em relação à segurança da guarnição, do local e da vítima.
Os integrantes da Guarnição deverão seguir funções específicas, somando-se a experiências adquiridas anteriormente; usando ferramentas em conjunto e trabalhando de acordo com a DOUTRINA DE SALVAMENTO, em que todos trabalham da mesma forma, empenho e dedicação.
1. PRINCÍPIOS DE SALVAMENTO VEICULAR 1.1 Conceitos de Salvamento Veicular
Resgate Veicular – è o procedimento utilizado para localizar, acessar, estabilizar e transportar vítimas que esteja presas às ferragens de um veículo acidentado.
Desencarceramento - movimentação e retirada das ferragens que estão prendendo a vítima e e/ou impedindo o acesso dos socorristas e a obtenção de uma via de retirada da vítima. Então desencarcerar é retirar as ferragens da vítima.
Extração – é a retirada da vítima desencarcerada do interior do veículo. Dizemos que extrair é retirar a vítima das ferragens. Após a vítima estar desencarcerada, empregando-se as técnicas de Resgate (APH), utilizando-se todas as imobilizações adequadas. De acordo com a gravidade da vítima ou situação de risco do local, poderá ser empregado uma Extração Rápida.
1.2 Ocorrência
1.2.1 Segurança
Salvamento 
Equipamento de Proteção Individual
Em ocorrências de presos em ferragens os riscos são os mais variados, para tanto devemos estar utilizando os seguintes equipamentos;
Capacete – podendo ser o capacete de incêndio ou o de salvamento, sendo que neste último deve-se utilizar óculos de proteção.
Luvas de Vaqueta – essencial para manusear as ferramentas hidráulicas e evitar cortes na cena de ocorrência em meio as ferrgens.
Roupa de Aproximação – este EPI na medida do possível deverá ser utilizado em virtude de nosso uniforme não ser totalmente resistente a ferragens cortantes como também a um princípio de incêndio em veículo.
Segurança da Guarnição Deverão ser adotadas algumas medidas para proteção da guarnição tais como: Materiais de primeiros socorros; Desligamento da bateria; Sacola de proteção de ferragens; O Cmt da Guarnição deverá, durante a aproximação do veículo, fazer a vistoria interna e, durante todo o atendimento verificar a segurança de cada bombeiro da guarnição;
Segurança do Local Extintor de PQS de 12 kg (Figura 6.4) ou uma linha de mangueira pressurizada; Isolamento do local com fita; Viatura posicionada em diagonal protegendo a área de atendimento, com sinais luminosos ligados e sinalizados por cones.
Segurança da Vítima Cobertores; Sacolas de proteção de ferragens; Guarnição de UR e USA no local.
Salvamento Veicular  Salvamento 
Salvamento Veicular
1.2.2 Riscos
Risco Potencial – Comparação entre ameaça e vulnerabilidade que determina a possibilidade dos danos e lesões que uma determinada ameaça pode causar a pessoas, propriedades ou sistemas.
Ameaça – Fato ou situação que pode provocar lesões ou danos em pessoas, propriedades.
Vulnerabilidade – Fator que determina o quanto pessos, propriedades ou sistemas podem ser afetados por uma ameaça.
Risco Aceitável –O risco é compatível com o desenrolar da atividade que se pretende.
Gerenciamento de Riscos – A atuação sobre as ameaças, vulnerabilidade ou ambos, visando tornar o risco aceitável e a operação segura. Portanto é de vital importância que conheçamos os riscos potenciais que envolvem ocorrências de vítimas presas às ferragens, saber quais os procedimentos a serem adotados para dirimir ao máximo o risco de acidentes para os bombeiros como também a para as vítimas.
Colisão contra postes com risco de queda de fiação, transformador e o próprio poste; Colisão contra edificações com risco de queda de estrutura;
Vazamento de combustível líquido ou gasoso (GNV);
Veículos transportando produtos perigosos;
Veículos com risco de queda em depressões;
Tráfego
Sistemas de Segurança do Veículo
Vazamento de Combustíveis
Muitas vezes o resgatista descobrirá que o combustível está vazando sob o veículo, mas não está queimando. O vazamento é mais comum em colisões traseiras e capotamentos, mas pode ocorrer em todo tipo de acidente.
Os pontos de vazamentos mais comuns são;
Ponto de injeção de combustível no motor Bocal de abastecimento Conexão de condutores de combustível com o tanque Do próprio tanque Vazamento de GNV pelas válvulas reguladoras do motor
A conduta se gerenciamento dos riscos deve ser: Afastar fontes de ignição próximas
Deixar meio de extinção em pronto emprego, preferencialmente linha de mangueira pressurizada, se não dispor da linha de mangueira, usar extintores próximos ao veículo sinistrado.
Conter vazamentos quando possível Cobrir os depósitos de combustível com material inerte (ex: areia, pó de serra).
Energia Elétrica
A eletricidade apresenta riscos diversos na cena do acidente. Altas voltagens são mais comuns nos postes que margeiam as auto estradas. Considere toda a área extremamente perigosa. O condutor elétrico poderá estar energizado como também qualquer material metálico que esteja próximo a fios caídos na pista como fios telefônicos, cercas e guard ralls. Os calçados comuns de segurança não protegem contra altas voltagens.
Poste quebrado com fios no solo
Estacione a viatura fora da zona de risco Antes de sair do veículo esteja seguro de que nenhuma parte do veículo, inclusive a antena do rádio, está em contato com qualquer material potencialmente energizado.
Ordene aos curiosos e ao pessoal de emergência não essencial que abandonem o local
Oriente aos ocupantes do veículo acidentado para não abandonarem as ferragens.
Proíba tráfego pela zona de risco Não tente remover fios caídos a menos que possua equipamento adequado.
serão submetidos
Objetos de metal, obviamente conduzem eletricidade, mas mesmos objetos que aparentemente são isolantes podem conduzir eletricidade dependendo da voltagem a que
Permaneça em local seguro até que a companhia de energia elétrica torne o local seguro.
Poste Quebrado com fios intactos
Sempre que os fios estiverem intactos, o poste ainda é perigoso. Os cabos ou obstáculos que suportam os fios podem cair a qualquer momento. A conduta nesses casos é: Estacione as viaturas fora da zona de risco
Salvamento Veicular
Informe a central, repassando a situação Aguarde a chegada da companhia de energia elétrica
Sistemas de Segurança do Veículo
Vários sistemas do veículo podem constituir uma ameaça ao resgatista ou vítima, sejam eles:
Bateria Muitas unidades de resgate sempre desativam como rotina os sistemas elétricos dos veículos cortando o cabo da bateria. A menos que combustível esteja empoçado sob o veículo ou que o air bag não ativado tenha que ser desarmado, o corte do cabo da bateria como procedimento inicial pode não ser apenas uma perda de tempo como retardar a operação de resgate.
do veículo é fato, portanto a bateria deverá ser desativada em momento oportuno
Lembre-se que muitos veículos possuem trava elétrica nas portas, vidros elétricos e ajustes elétricos nos bancos. A possibilidade de se utilizar ainda dos mecanismos
Air Bag e Pré-Tensionador de Cinto Atualmente os carros são um verdadeiro campo minado! Aonde antes podíamos cortar sem preocupação, agora poderão existir sensores de acionadores de air bags e de pré-tensionadores de cinto de segurança. Por tanto deve-se tomar cuidado quando dos cortes, você poderá acionar alguns dispositivos de segurança indesejáveis na momento do resgate.
Tipos de Air Bags
Tipo Cortina – Encontrado em veículos mais modernos e luxuosos, como em modelos Mercedes e Volvo 1999 e Audi 2000 e outros veículos atuais podem vir com este tipo de air bag. Se expandem a partir do teto, logo acima da porta, entre as colunas A e C.
Lateral – se encontra na coluna A, bem próximo ao painel. De cinto – se confundem com o próprio cinto de segurança.
Obs: Alguns air bags possuem duas cargas, podendo ser acionados duas vezes. Uma carga é ativada em colisões em baixa velocidade e a segunda carga está guardada podendo ser ativada pelos cortes feitos no veículo sinistrado.
Regras de Segurança
Não trabalhe no caminho de expansão do air bag Não trabalhe com a ferramenta hidráulica na área de acondicionamento dos cilindros sob pressão.
Utilize contentores de air bag do motorista. Desligue a bateria, porém air bags são dotados de capacitores que podem mantê-los energizados por até 20 min após o desligamento da bateria.
Produtos Perigosos
Não é improvável que uma equipe de resgate veicular acabe se defrontando com um acidente envolvendo produtos perigosos, afinal grande parte destes produtos tem modal rodoviário o principal meio de transporte. A ação nesses casos consiste em:
Identificar o produto transportado
Aproxime-se da cena de emergência com cuidado, tendo o vento pelas costas, tomando como referencia o ponto de vazamento do produto perigoso
Evite qualquer contato com o produto
Isole o local
1.2.3 Princípios de Resgate
Para que se complete da forma mais rápida e segura possível, alguns princípios de atuação devem ser utilizados em todas as operações de resgate veicular.
Existem problemas muito comuns em operações de salvamento, sejam qual for, são eles:
Ineficiência nas comunicações
Falta de controle dos recursos
Falta de comando
Há ameaça à Vida – Ameaça a vida dos socorristas, das vítimas e/ou
Fatores que afetam o gerenciamento de operações de emergência testemunhas. As Situações são dinâmicas - Evolução da ocorrência, havendo necessidade de mudança nas prioridades. Recurso de Material – Gerenciamento do recurso logístico é primordial Restrição de tempo – Urgência natural de que depende o atendimento da ocorrência . Informações Insuficientes – Central de Comunicações não colhe as informações completas. Comunicação ineficiente – Falta de padronização nas informações no cenário de ocorrência.
Visando o bom andamento e organização das operações de salvamento, definimos algumas medidas que podem reduzir o nível de confusão que poderá existir em um ambiente de ocorrência de resgate.
Terminologia Comum
As principais funções recebem nome padrão
Nomenclatura comum é utilizada para o pessoal, equipamentos e instalações
A comunicação deve ser clara e comum
Definição de Tarefas
Cada componente da guarnição já tem definido suas ações no local da ocorrência.
Definição das ações, de modo seqüencial, a serem dados desde a chegada no local (cronograma operacional).
Abordagem Integrada
O que foi dito anteriormente, consiste na Abordagem Integrada, ou seja, com a finalidade de reduzir o tempo resposta, uma equipe treinada e integrada e ciente de suas ações na cena do acidente acaba por conseguir que sejam executadas tarefas de forma seqüencial, lógica e quando possível simultânea.
Ciclo Operacional
A operação pode ser organizada em quatro fases, cada uma delas igualmente importante para o sucesso da operação, formando um ciclo.
Prontidão
Acionamento
Resposta
Finalização
Prontidão A fase inicial da operação começa antes do acidente propriamente dito. Esta fase inclui todas as medidas com o objetivo de que os recursos estejam preparados para o acionamento. Nesta fase é preciso que estejam prontos:
Pessoal
Material
Técnicas
Acionamento Uma vez que ocorra um acidente, há o acionamento dos recursos em prontidão, esta fase inclui;
Recebimento da Chamada Obtenção das informações necessárias
Despacho de Recursos disponíveis
Orientações preliminares ao solicitante
TREM DE SOCORRO – Há de se observar que em acidentes de trânsito que envolve veículos automotores, em virtude do exposto nesta apostila em relação aos riscos, a guarnição que irá atender ao chamado deverá estar capacitada a minimizar os riscos (incêndio, vazamentos, isolamento) como também prestar o socorro propriamente dito ( Extração e Desencarceramento) ou seja, em nossa situação deve ser enviado a esse tipo de ocorrência uma Viatura de Combate a Incêndio(ABS, ABT) e pelo menos uma UR.
Resposta Uma vez que os recursos deslocam a cena do acidente inicia-se a fase de resposta, onde será executada a ROTINA DE RESGATE;
Dimensionar Cena – O dimensionamento da cena é um processo permanente em qualquer operação, inicia-se no acionamento e termina quando da finalização da ocorrência. Onde os passos a serem seguidos são;
Dinâmica do acidente Riscos na cena
Número de vítimas e estado das mesmas
Dificuldades no resgate
Para o devido dimensionamento da cena de emergência em resgate veicular, é feito o que chamamos de CINTURÃO DE BUSCA, que consiste em dois círculos concêntricos, que serão executados por dois socorristas de modo simultâneo, sejam eles:
Circulo interno: Aproxima-se com cuidado do veículo, verifica presença de produtos perigosos, vazamento de combustível, princípio de incêndio, rede elétrica danificada, posição instável do veículo, dificuldade de acesso às vítimas.
Circulo Externo: Percorre um circulo de 10 a 15 metros ao redor do acidente e verifica presença de produtos perigosos, vazamento de combustível, princípio de incêndio, rede elétrica danificada, vítimas adicionais e dinâmica do acidente.
Gerenciar Riscos – Uma vez a cena dimensionada é necessário tornar o local seguro para os trabalhos de resgate.
Obter Acesso às Vítimas - O acesso as vítimas deve ser obtido assim que a cena seja considerada segura.
Avaliação das vítimas - Avaliar estado das vítimas e definir prioridades de atendimento, não tão somente no momento inicial, mas também durante toda a ocorrência, se possível com apoio de médico especialista que deverá ser pessoa de apoio e não de comando tomando decisões que competem ao resgatista.
Desencarcerar - Livrar a vítima das ferragens
Extrair – Retirar a vítima das ferragens
Transportar – Encaminhar ao hospital ou atendimento de Urgência
Finalização Nesta fase são tomadas todas as providencias necessárias para que os recursos empregados retornem à situação de prontidão, fechando assim o ciclo operacional.
1.2.4 Estatística
Em virtude do grande número de ocorrências de vítimas presas às ferragens é que destacamos o número de 51 acidentes automobilísticos entre o período de 01JAN06 a 31JUL07, número esse colhido através do SIOOP:
1.3 Veículos
É de suma importância conhecer o terreno onde se planta, ou seja, através do conhecimento dos veículos mais comuns que circulam em nossas rodovias e dentro de nossas cidades, teremos mais segurança em nossa operação de resgate como também seremos mais eficientes em nosso trabalho de desencarceramento diminuindo o tempo resposta aumentando as chances de vida para a vítima de um acidente presa ás ferragens.
1.3.1 Anatomia Veicular
O conhecimento dos principais aspectos da anatomia dos veículos é muito importante e exige o estudo contínuo, tendo em vista a constante evolução da tecnologia automobilística. Os aspectos de construção e segurança variam de marca para marca, entre modelos de uma mesma marca e de acordo com o ano de fabricação, exigindo do resgatista atualização.

Materiais empregados
Desde 1997 os fabricantes são obrigados a submeter os veículos de passeio a testes de impacto laterais, fazendo com que aumente a utilização de materiais que reúnam características de menos massa e mais resistência. Dois destes materiais se destacam no seu uso na estrutura dos veículos:
-HSLA ( High Strenght Low Alloy)
:: Não é um material exatamente novo mas o seu uso foi aumentado devido às exigências relativas à resistência em capotamentos e o design mais inclinado dos pára-brisa;
:: É utilizado em áreas sensíveis ao colapsamento ao redor do compartimento dos passageiros – colunas, hastes do teto, caixas de ar e reforço do painel.
-Micro Alloy
:: É utilizado nas barras de proteção lateral e nos elementos de reforço que unem as colinas A por trás do painel, preservando a célula de sobrevivência e dando suporte aos air-bags frontais.
Barras de reforço estrutural
Estas barras estão dispostas no interior da célula de sobrevivência, no painel, no bagageiro e em áreas do assoalho, aumentando a resistência do compartimento de passageiros a impactos laterais.
Proteção das Portas
Uma vez que o impacto pode vir de qualquer direção, barras de material altamente resistente são instalados no interior das portas para reduzir a penetração no compartimento dos passageiros em um impacto angular nas laterais do veículo. Estes reforços são mais efetivos em impactos não perpendiculares, pois desviam o veículo que está batendo e reduzem a troca de energia.
Normalmente estas proteções são feitas por estruturas de Aço Micro Alloy ou
Boron, que correm longitudinalmente da área das dobradiças até o trinco. Este equipamento é 4 a 6 vezes mais forte do que os anteriormente utilizados, com importantes conseqüências para as táticas de resgate.
Célula de Sobrevivência
Uma célula de sobrevivência protege o compartimento dos passageiros em uma colisão. Ela utiliza a tecnologia de materiais mais resistentes reforçando as colunas, o teto e as portas do veículo. A célula de sobrevivência é projetada para permanecer intacta em uma colisão e isolada das áreas frontais e traseiras de colapsamento que envolvem o motor e o bagageiro.
Zonas Colapsáveis
O design de segurança dos veículos pode ser descrito como um gerenciador de energia. A energia do impacto precisa ser absorvida e direcionada para longe do compartimento dos passageiros. Uma forma de consegui isto foi com as zonas ou estruturas colapsáveis. Estas são áreas dos veículos que são planejadas para amassar, dobrar e deformar, permitindo que a energia se dissipe enquanto se mantém longe dos passageiros. Tipicamente, as zonas colapsáveis existem na área frontal, chegando ao ponto de que em alguns casos a disposição do motor faça com que ele se desloque sem invadir o compartimento dos passageiros.
1.3.2 Tipos construtivos
No que diz respeito à estrutura dos veículos, eles podem ser basicamente com chassi (longarinas rígidas sob o veículo) ou mono bloco, embora o primeiro tipo seja cada vez mais difícil de ser encontrado em veículos de passeio.
Algo a ser observado em operações de resgate veicular, é o detalhe ao ser usado a ferramenta combinada ou alargador juntamente com as correntes para o afastamento do painel para a liberação das vítimas, quando neste momento se coloca uma extremidade da corrente no volante e outra na parte frontal do veículo pode não funcionar com veículos tipo construtivo monobloco, em virtude de ambas as partes serem de resistência semelhante, podendo ainda a frente do veículo tender a vir sobre o painel, o que não acontece com tipos construtivos longarinas, em virtude da fixação na parte frontal ser feita nas longarinas, base onde os veículos deste tipo são construídos tendo assim mais efeito para esse tipo de técnica, salientando que a técnica mais adequada seria o uso do cilindro de resgate, técnica esta que será vista mais a frente.
1.3.3 Tipos de Vidros
De um modo geral encontramos dois tipos de vidros nos automóveis; o laminado e o temperado. Entretanto, novas tecnologias estão sendo introduzidas e influenciarão o resultado do acidente.
Vidros Laminados: Consistem de uma lâmina de plástica entre duas laminas de vidro, e são normalmente usados no pára-brisa devido à sua maior resistência. Entretanto, estudos recentes mostram que todos os anos há muitas mortes devido a vítimas que são ejetadas pelas janelas laterais em capotamentos, fazendo com que veículos utilizem este vidro em janelas laterais.
Obs. Este vidro é colado na lataria do veículo, não sendo possível a sua retirada, mesmo cortando-se a borracha.
Vidros Temperados São submetidos a um processo especial de endurecimento e por isso são muito resistente a impactos, tendo ainda como característica produzir fragmentos menos cortantes.
Vidros de Segurança Alguns veículos como o BMW 750IL estão utilizando um novo tipo de vidro, composto por uma combinação se vidro e policarbonato. No vidro da porta está sendo utilizado um que combina cinco camadas: vidro, poliuretano, policarbonato, outra de vidro e um filme anti-laceração.
Plástico/policarbonato Este novo material é mais leve e mais resistente do que os vidros, e está sendo usado para substituir os vidros fixos de lateral e traseira do veículo.
Vidros Blindados Vidros muito resistentes, utilizados em veículos blindados em todos os lados do veículo, parte traseira, frontal e laterais.
Salvamento Veicular. ESTABILIZAÇÃO
2.1 Conceito
Antes de iniciar qualquer manobra no veículo acidentado, é necessário que ele seja estabilizado a fim de evitar riscos adicionais para o resgate, para o socorrista ou para a vítima. Esta estabilização deve obedecer os seguintes princípios: Deve manter o veículo seguro, deve manter o veículo imóvel, deve ser simples e de fácil memorização e deve ser de rápida utilização.
Analisando estatísticas de vítimas com agravamento de lesões e seqüelas após atendimentos realizados por equipes de emergência, foram criados simuladores humanos; os quais foram utilizados no interior de veículos submetidos a testes de impactos, verificando-se então a necessidade da estabilização do veículo por calços antes das operações de salvamento para acesso da vítima, diminuindo ou cessando balanços e movimentos nos veículos e por conseqüência, nas vítimas; movimentos estes suficientes para um agravamento de lesão.
Logo a estabilização é de suma importância tanto para a preservação da vítima quanto para segurança da equipe que atuará no local, não devendo de forma alguma ser negligenciada pondo em risco o sucesso do resgate.
2.2 Materiais Empregados
O material mais comum utilizado para a estabilização de veículos são os calços confeccionados em madeira, em forma de escada, cunhas, e grande e pequenas escoras de madeira que podem variar de 0,50m a 1,5m.
Não somente utilizados estes calços, como também almofadas pneumáticas, tracionadores ou qualquer meio de fortuna que atenda aos princípios da estabilização veicular visando a segurança da vítima e do resgatista.
2.3 Tipos de Estabilização
Veículo sobre as quatro rodas
Quando o veículo acidentado está em pé sobre os quatro pneus inflados parece estável. Todavia, é facilmente movimentado para cima e para baixo, para um lado e para o outro, para frente e para trás, quando os socorristas e resgatistas sobem nele, entram pelas janelas ou se inicia o desencarceramento.
Para tal estabilização é utilizado os calços tipo escada, como mostra o esquema abaixo, se colocando cunhas em um dos pneus do veículo, evitando movimento para frente e para trás, e com o auxilio de um saca válvulas se esvaziam os pneus para que o veículo fique apoiado sobre os calços.
Veículo sobre uma das laterais
Quando o veículo está sobre uma das laterais existe uma tendência natural das testemunhas em empurrar o veículo acidentado de volta para a posição norma. Eles não conseguem compreender que este movimento pode causar ou agravar as lesões nos ocupantes do veículo. Por isso, o veículo deve ser estabilizado sobre a lateral.
Apoiado sobre as colunas A, B, C e D: Nesse caso se coloca calços tipo cunha próximo aos pneus eliminando espaços vazios e se colocando do lado do teto do veículo outras cunhas ou escoras visando levar o peso do veículo no sentido do assoalho.
Outra maneira seria colocar as cunhas do lado do assoalho e com o auxílio de cabos fazer um tracionamento no sentido do teto ao assoalho obrigando o peso do veículo estar apoiado sobre as cunhas colocadas próximas ao assoalho.
Apoiado sobre os pneus : Neste caso, a tendência ou perigo é voltado a inclinação do veículo tendendo a ficar sobre o teto, ou seja, para evitar esta tendência natural do veículo nesta posição, colocamos apoiando as colunas A e C ou D se tiver, os calços tipo escada, fazendo com que o peso do veículo seja apoiado sobre as rodas, o que também não impede de se colocar algumas cunhas próximas ao assoalho garantindo a estabilização.
Veículo Capotado: O veículo sobre o teto pode estar em uma das quatro posições abaixo:
Horizontal, com o teto amassado, achado contra o corpo do veículo, com o capô e o bagageiro em contato com o solo.
Horizontal, repousando inteiramente sobre o teto, com espaço entre o capô e o solo e entre o bagageiro e o solo
A frente para baixo, com o friso dianteiro do capô em contato com o solo e a retaguarda elevada não tocando o solo.
A traseira para baixo, com o bagageiro traseiro em contato com o solo e a maioria do peso do veículo suportado pela coluna C.
Devido ao peso do motor do veículo, o mais provável é que o veículo se encontre na posição ilustrada na figura abaixo.
Os procedimentos neste caso, será colocar calços tipo escada apoiando as colunas C ou D do veículo, fazendo com que se ponha o peso do veículo no sentido do motor, em virtude do risco, quando da entrada do regatista por trás, do veículo retornar e ficar somente com o teto em contato com o solo.
Veículo sobre o outro: Ocasionalmente, a colisão fará com que um veículo permaneça sobre o outro, podendo ocorrer duas situações:
1- Quando um veículo é consideravelmente maior que o outro, como um carro de passeio colide com um caminhão. A prioridade de estabilização neste caso é para evitar algum movimento do veículo de cima, bem como reduzir a pressão sobre o veículo baixo. Para se atingir estes objetivos é necessário estabilizar o veículo de cima com escoras de madeira, almofadas infláveis, cilindros de resgate, macacoas mecânicos.
2- Quando a velocidade faz com que um veículo leve fique sobre o outro, neste caso a solução mais recomendada é estabilizar o de cima e de modo consecutivo estabilizar o debaixo, o que no momento da ocorrência poderá divergir do que está proposto neste tópico.
3. Técnicas de Acesso
3.1 Conceito
O regatista deve buscar, sempre que possível, utilizar o acesso mais simples, a fim de não tornar a operação desnecessariamente complexa. Por isso, ao identificar o acesso que será utilizado deverá seguir a seqüência:
Portas por meios não destrutivos: sempre que possível o acesso deve ser por meios normais, utilizando a porta que abre;
Janelas por meios não destrutivos: Se não for possível abrir normalmente uma porta , o socorrista utilizará abertura de uma janela que não precise ser quebrada;
Janelas por meios destrutivos: Se não for possível acessar a vítima sem utilizar um método não destrutivo, a opção será o regatista quebrar uma janela que esteja distante da vítima, permitindo o acesso pelo socorrista;
Portas por meios destrutivos: Se não for possível utilizar a abertura de uma janela, o regatista deverá desobstruir uma porta por meios destrutivos;
Teto: Se uma porta também não puder ser utilizada para o acesso, ou haver a necessidade de ter que fazer a extração da vítima por cima do veículo, seja pela vítima obesa ou que assim seja para preservar a coluna cervical, deve-se optar pela retirada do teto ou rebatimento do mesmo;
etc
Outros meios: A depender das circunstâncias, pode haver necessidade de se utilizar outros meios de acesso, como: assoalho, abrir uma terceira porta e
Desencarceramento
A forma como a vítima será extraída depende primeiramente dela estar desencarcerada, ou seja, que a estrutura do veículo ou outros fatores não estejam impedindo a sua retirada rápida e segura. Portanto, quando conclui a avaliação inicial da vítima o socorrista, juntamente com o comandante de guarnição de resgate, avaliam a existência de mecanismos de encarceramento e em que grau estes mecanismos impedem ou dificultam a saída da vítima.
Classificação de Resgate
Neste tópico, de modo doutrinário, classificaremos o resgate em dois tipos, que levam em conta o grau de dificuldade para a liberação da vítima das ferragens, sejam eles: Resgate leve e Resgate Pesado;
Resgate Leve – O desencarceramento da vítima é feito com manobras simples; Afastar ou reclinar o banco
Rebater ou reclinar o volante
Cortar roupa
Forçar porta
Resgate Pesado – O desencarceramento da vítima atuará sobre a estrutura do veículo, exigindo uma seqüência mais agressiva e rápida de manobras;
Quebrar e retirar todos os vidros Rebater ou retirar o teto Retirar porta Afastar Painel Fazer 3º Porta
3.2 Materiais Empregados Conjunto Desencarcerador
Salvamento Veicular Ferramenta Combinada
Cortadores
Salvamento Veicular Extensores ( cilindros de resgate)
Alargadores
Moto Bomba
Serra Sabre Também se utilizam para os acessos: Alavancas e Machadinhas
3.3 Tipos de acesso
Retirada do vidro laminado
A retirada do vidro laminado, que na maioria dos veículos é o pára-brisa, se faz com o uso da machadinha ou com mais eficiência e rapidez com o uso do Serra-sabre. Observe na figura abaixo a linha amarela, esse seria o contorno feito com o Serra-sabre, não podendo o regatista cortar o vidro todo de uma vez só, visto que uma vez fechando-se o contorno o vidro irá cair sobre o painel do carro atingindo a vítima.
De modo que deverá ser feita a retirada com um regatista a mais ajudando a empurrar o pára-brisa para a frente do veículo.
Retirada do vidro temperado
Ao ser quebrado estilhaça-se em pedaços arredondados
Localização a) Pára-brisas dianteiros antes da década de 90 em carros nacionais e importados. b) Pára-brisas laterais e traseiros na maioria dos veículos nacionais e importados até os dias de hoje.
Entrada Forçada:
a) Utilização de Punção nos cantos inferiores, após o estilhaçamento, abrir o buraco formado com a machadinha e retirar o restante dos vidros que ficaram pendurados para fora do veículo; ou b) Utilização de Machadinha nos cantos inferiores e depois com o apoio da machadinha retirar o restante dos vidros que ficaram pendurados, para fora do veículo. c) Poderá ser retirado todo o vidro, cortando-se a borracha e com o auxílio de uma chave de fenda, usando como alavanca, desencaixa-se todo o vidro. Deverá ser dado preferência para esta técnica quando tratar-se de pick up (cabine simples), pois a quebra dos vidros poderá atingir as vítimas.
Retirada da porta
Para que se dê inicio a retirada da porta é necessário que seja retirado ou quebrado o vidro da porta que está sendo retirada, evitando que o mesmo venha a quebrar quando da retirada da porta.
A retirada da porta se inicia com o destravamento da mesma, ou seja, eleva-se o pino de trava das portas, com o uso de alavanca se fará a abertura de uma fenda maior na
Salvamento Veicular porção das dobradiças, que servirá para a entrada da ferramenta combinada ou do próprio alargador.
Uma vez feito o acesso, deve-se colocar a ferramenta fechada sobre a dobradiça, entre a estrutura da coluna e da própria porta e fazer a ferramenta alargar estourando a dobradiça. Repita o procedimento na dobradiça inferior. OBS: NÃO CORTE A DOBRADIÇA, ESTAS SÃO FEITAS DE AÇO, MATERIAL QUE PODE VIR A QUEBRAR AS LÂMINAS DA FERRAMENTA HIDRAULICA.
Uma vez liberadas as dobradiças, deve-se segurar a porta elevando-a, simultaneamente acionando a fechadura da mesma para sua liberação. Se ainda persistir a porta sem querer sair em virtude da fechadura, haverá a necessidade de se estourar a fechadura.
Rebatimento do Volante
Para a realização do rebatimento do volante é necessário que se retire o pára-brisa, com o uso de correntes, fixe uma delas ao volante e outra extremidade na frente do veículo, sendo este ponto resistente o suficiente para suportar a tração aplicada. Em carros de tipo construtivo diverso ao de longarinas, o efeito pode ser somente o volante se elevar, não necessariamente o painel irá se afastar.
Rebatimento do Painel
Nesta técnica é necessário que já se tenha retirado o teto.
a) Corte de quebra de resistência na base da coluna «a» b) Uso de extensor, na base da coluna «b» até o ponto médio da coluna «a»
c) Tensionar definitivamente o painel d)Complementar o calçamento
Retirada do teto a) Pontos de corte
b) Iniciar pelo lado oposto á vítima c) Retirada de teto
d) Remover o teto para a traseira do veículo
Remoção do teto para parte posterior do veículo Proteção das quinas
Rebatimento de teto - Veículo tombado a) Extrair o vidro traseiro
Retirada do vidro traseiro
Salvamento Veicular Pontos de corte
Rebatimento lateral com apoio em calço
Proteção das quinas
3.4 Segurança
Nunca se posicione entre o veículo e a ferramenta Nunca exponha as mangueiras da ferramenta a abrasão, objetos cortantes, calor, produtos químicos Nunca puxe ou transporte as ferramentas de desencarceramento pala mangueira
Nunca pise nas mangueiras hidráulicas
Componentes do veículo sob pressão podem ser ejetados com violência
Ferramentas que não estão sendo utilizadas devem ser colocadas na lona de equipamentos As ferramentas devem ser carregadas somente pela alça de transporte
Nunca desconecte uma ferramenta pressurizada
Alargadores
Durante a operação, sempre utilize toda superfície das ponteiras A qualquer sinal de instabilidade da ferramenta, pare e reposicione a mesma
Assegure-se de que a ferramenta esteja posicionada de modo que não pressione as ferragens para dentro do veículo Nunca toque as ponteiras da ferramenta quando em operação
Após sua utilização, coloque a ferramenta em posição de segurança
Cortadores
Posicione o cortador a 90 graus em relação ao objeto que está sendo cortado Envolva o máximo possível o material que está sendo cortado, evite cortes com a extremidade das lâminas Cuidado com acionadores de airbags ou outros dispositivos de segurança
Se, durante o corte, as lâminas começarem a torcer ou se separar, pare e reposicione a ferramenta
Extensores
Posicione sempre o extensor de modo que o mecanismo de controle esteja acessível Tenha especial atenção ao reiniciar uma operação de extensão para evitar que a carga seja abaixada acidentalmente
Para garantir uma melhor aderência e estabilidade da ferramenta, use a plataforma de extensor Providencie estabilização do veículo antes de aplicar pressão em partes do mesmo
4. Extração
4.1 Conceito
É a retirada da vítima do interior do veículo, após a vítima estar desencarcerada, empregando-se as técnicas de Resgate ( APH ), utilizando-se todas as imobilizações adequadas. De acordo com a gravidade da vítima ou situação de risco do local, poderá ser empregado uma Extração Rápida.
Procedimentos Iniciais
Verificar o nível de consciência Posicionar e desobstruir vias aéreas, preservando a coluna cervical Verificar a presença de respiração Verificar a presença de pulso Identificar hemorragias externas importantes Identificar sinais e sintomas de choque Definir o status da vítima e estabelecer o critério de transporte
Status da Vítima
Uma vez a vítima esteja desencarcerada, ela deve ser extraída do veículo de acordo com o critério de transporte. Quem define este critério é o comandante da guarnição com base no status da vítima:
Vítimas críticas: São aquelas em parada respiratória, cardiopulmonar ou em perigo iminente. Devem ser extraídas utilizando a técnica de retirada de emergência (chave de Rauteck).
Vítimas instáveis: São aquelas que estão em perigo imediato de vida, normalmente apresentando inconsciência, sinais e sintomas de choque ou lesões importantes. São extraídas com o KED de modo a ser levada ao hospital o mais rápido possível.
Vítimas potencialmente instáveis: São aquelas que apresentam lesões moderadas, que se não forem devidamente estabilizadas poderão eventualmente ameaçar a vida ou provocar sequelas. São extraídas utilizando a técnica de retirada convencional (K.E.D).
Vítimas estáveis: São vítimas que sofreram um acidente mas as lesões leves ou não possuem lesões. São extraídas utilizando a técnica de retirada convencional (KED).
4.2 Materiais Empregados Usualmente são utilizados para uma extração os seguintes materiais:
1 colar cervical; 1 prancha longa;
1 KED;
2 lonas ou cobertores.
4.3 Técnicas de Extração
No resgate veicular, a situação nos indicará qual técnica será a mais adequada para a preservação da vítima e melhor execução da extração. Dentre as técnicas demonstradas nesta apostila serão utilizados muitos dos conceitos e técnicas empregadas para acesso as vítimas, vistos anteriormente.
Extração pela porção traseira do veículo, vítima sentada na frente
Extração pela porta traseira (oposta) do veículo, vítima sentada na frente
Salvamento Veicular Extração pela porção traseira, vítima sentada no banco traseiro
Salvamento Veicular Extração de vítima no banco dianteiro, veículo tombado lateralmente
Salvamento Veicular Extração de vítima no banco dianteiro, veículo capotado
Salvamento Veicular
5. Novas Tecnologias
Conceito
Novas técnicas de construção de veículos e reforços em sua segurança visando tornar os carros cada vez mais seguros, o que não necessariamente irá facilitar o trabalho do regatista, fazendo com que este esteja atualizado para solucionar novas situações que surgirão com a evolução tecnológica.
Air Bag
O airbag é hoje um dos principais itens de segurança nos carros. Mesmo tendo sido lançado pela primeira vez há 27 anos, quando saiu da linha de produção da Mercedes-Benz em Sindelfingen, na Alemanha, o primeiro automóvel produzido com airbag, um sedan Classe S, o item é pouco procurado pelos compradores de carros populares. Segundo os vendedores, eles preferem ar-condicionado, direção hidráulica, som e outros acessórios. Agora, até uma moto foi produzida com airbag, a importada Honda Gold Wing.
Desde 1987 até hoje, o airbag já salvou mais de 14.200 vidas nos Estados
Unidos, de acordo com pesquisas de acidentes. Na Alemanha, o airbag já preveniu mais de 2.500 ocorrências fatais com passageiros de automóveis desde 1990.
O airbag, assim como outras invenções, como a zona de amassamento, sistemas de direção segura, tencionador de cintos, sistema de freios antibloqueio, atestam a preocupação constante do setor automotivo pela segurança de condutores e passageiro.
O desenvolvimento do airbag começou em 1967. Muito embora a idéia de uma almofada de ar estivesse em discussão desde o início dos anos cinqüenta, os engenheiros não tinham conseguido uma solução que transformasse a visão em realidade.
A equipe Mercedes-Benz tinha obtido grande progresso com o desenvolvimento de um sistema de sensores e um gerador de gás capaz de disparar um airbag em apenas 30 mil segundos. Os engenheiros da marca também desenvolveram o tecido resistente a rasgos, melhoraram as características de inflamento e tornaram possível armazená-lo no volante.
Depois de mais de 250 testes de impacto veicular, 2.500 testes de deslizamento e mais de sete milhões de quilômetros de ensaios em automóveis de teste, o airbag estava finalmente pronto para produção em dezembro de 1980, quando fez sua estréia, juntamente com outra inovação, o tencionador de cintos, na Mercedes-Benz Classe S.
Desde o princípio, a Mercedes-Benz tinha projetado o airbag para complementar o cinto de segurança de três pontos, cuja função primária era proporcionar proteção no caso de um impacto frontal.
Salvamento Veicular
O lançamento mundial do airbag do motorista foi seguido pelo lançamento, em 1988, do airbag do passageiro dianteiro e, em 1995, pela introdução de um dos primeiros airbags laterais para automóveis. A eles se somaram os airbags de janela desde 1998. Este também foi o ano em que a Mercedes-Benz introduziu os airbags adaptativos, que disparam em dois estágios, dependendo da gravidade do acidente, proporcionando uma proteção ainda mais eficaz.
Além disso, o PRE-SAFE, um sistema de proteção antecipada lançado pela
Mercedes-Benz em 2002 e ainda não disponível por qualquer outro fabricante automotivo, otimiza o efeito protetor do cinto de segurança e do airbag.
Antes de um acidente em potencial, o prévio tencionamento dos cintos dianteiros e o reposicionamento dos assentos preparam os ocupantes para uma possível colisão, permitindo que os cintos e os airbags ofereçam o mais alto nível de proteção possível.
No caso da Mercedes-Benz Classe S, ela é equipada com um total de oito airbags: dois airbags adaptativos, quatro laterais e dois de janela. A tecnologia do airbag é livre de manutenção e permanece funcional por toda a vida útil do automóvel.
Cinto de Segurança
Engenheiros da empresa japonesa Nissan, trabalhando em conjunto com o
Centro de Impactos Cranfield, Inglaterra, desenvolveram um novo equipamento para deteção da densidade óssea das pessoas que deverá revolucionar o sistema de segurança dos veículos, permitindo a criação de cintos de segurança e airbags inteligentes, que dosam sua ação de acordo com a estrutura corporal de cada ocupante do veículo.
O sistema funciona a partir de um ultrasom tirado da ponta dos dedos, sendo os dados coletados utilizados para se estimar com alta precisão a resistência óssea de uma pessoa, em particular da região do tórax, a parte mais vulnerável a ferimentos causados pelo cinto de segurança durante acidentes.
A resistência óssea permite que o sistema calcule a tolerância de cada pessoa a um impacto, ajustando automaticamente a força do cinto de segurança. No caso de um acidente, ao invés de travar completamente, o cinto cederá ligeiramente, mantendo a firmeza da pessoa sem um impacto muito forte.
O sistema também deverá ajustar o acionamento dos airbags. Em veículos com airbag de dois estágios, por exemplo, o sistema poderá ser inteligente o suficiente para decidir se deve ou não acionar os dois estágios.
O escaneamento por ultrasom foi escolhido porque, ao contrário dos raios-X, não utiliza qualquer radiação ionizante, ainda que a dose fosse muito pequena para ser danosa às pessoas.
"Em sua forma mais simples, o equipamento poderá ser um pequeno buraco onde você coloca o dedo; ele aperta suavemente o dedo, faz a leitura e solta novamente," explicou Roger Hardy, diretor do laboratório Cranfield.

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