Vandad Yousefi, médico hospitalista do Vancouver General Hospital, no Canadá, tem larga experiência em tromboembolismo venoso e diz o que fazer para melhorar o processo clínico

Profissionais da área da saúde sabem que o Tromboembolismo Venoso (TEV) pode passar totalmente despercebido se o trombo for muito pequeno para causar dor, inchaço e vermelhidão importantes na perna que está com a veia trombosada. Porém, o que mais se teme é a embolia pulmonar, pois o coágulo que migra para o pulmão pode ser grande, podendo colocar a vida do paciente em risco. “Eventos por TEV são muito mais comuns do que se imagina, principalmente em pacientes hospitalizados por doença aguda ou que passaram por cirurgia”, diz Karina Pires Pecora, enfermeira e diretora de operações do IBSP – Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente.

Melhora do processo clínico
O médico hospitalista de Vancouver Vandad Yousefi é membro do Medical Advisory Committee of Lakeridge Health, sendo responsável por desenvolver e implantar iniciativas de melhoria da qualidade, tornando-se Department Chief and Medical Director for Quality, Safety and Patient Experience. Dentro de sua atividade tornou-se líder médico para melhoria da qualidade em tromboembolismo venoso (TEV) no Canadá. Ele recomenda três coisas básicas que você precisa ter para melhorar o processo clínico:
Ferramenta de avaliação para identificar quais pacientes estão em risco de desenvolver trombose venosa, o que deve ser feito já na chegada ao hospital.

Algumas intervenções como a padronização do atendimento que os pacientes devem receber. “A melhor maneira de fazer isso é por meio de algo que chamamos de “pedidos pré-impressos”. Quando o paciente chega e você acha que ele tem grande chance de desenvolver um trombo ou coágulo, em vez de deixar para que o médico responsável prescreva o remédio que preferir, você tenta padronizar esse processo. E todas as evidências mostram que não há grandes diferença entre as possíveis opções. É uma oportunidade para padronizar isso”, comenta Vandad Yousefi. Segundo análises, a intervenção mais eficaz para prevenção de eventos tromboembólicos é o “pedido pré-impresso”.

Avaliação do desempenho, com auditorias e tabelas para monitorar ao longo do tempo e devolver os dados aos médicos de como os pacientes estão. “Fizemos isso e o resultado mostrou que apenas metade dos pacientes recebia medicação adequada para prevenir trombose. Então, passamos a dar feedback dos resultados e vimos uma melhora nos números depois de sua implementação”, diz Vandad Yousefi.

Engajamento da equipe
Além dos protocolos e procedimentos padronizados, Yousefi acrescenta que a opinião de toda a equipe precisa ser levada em conta. “Não é só porque médico assina a prescrição do medicamento, que o paciente é responsabilidade apenas dele. Todo mundo na equipe tem poder. Em alguns projetos que fizemos, descobrimos que as enfermeiras estavam muito engajadas, eram elas que iam ao médico e diziam ‘você não acha que o paciente deveria tomar algo, porque pode desenvolver um evento tromboembólico?’. E muitas vezes, dependendo da dinâmica de trabalho, os médicos concordam e prescrevem e passam a usar os ‘pedidos pré-impressos’”, relembra o médico canadense.

“Em um hospital em que trabalhei, havia um processo em que diariamente um relatório era impresso automaticamente às 7h com os nomes dos pacientes e quais medicações estavam tomando para prevenção de TEV. E, então, os responsáveis pela unidade olhavam quais pacientes não tomavam remédio para levar a questão ao médico. Isso fazia toda a diferença para evitar o desenvolvimento do tromboembolismo venoso”, finaliza.
fonte:segurancadopaciente.com.br
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